quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Sociólogo Coroa Barbudo e a Sociedade Pisca-Foda-se


Alguns meses atrás, em São Luís, houve um fato interessante em que alguns rapazes ligeiramente entorpecidos com psicotrópicos partiram para agredir fisicamente os jornalistas que estavam “estacionados” na Avenida próxima à TV Mirante.
O que poucos notaram é que os tais jornalistas não estavam bem “estacionados”. Simplesmente ligaram o “pisca-alerta” no meio da Avenida e ficaram ali, parados esperando um dos donos deste pedaço de chão voltar, enquanto os outros, que estão na mesma via, que aguardem pacientemente os monarcas do bom desenvolvimento do trânsito ludovicense.
Todo mundo sabe da putaria que rola no trânsito de São Luís, as pessoas, por qualquer motivo estranho, param o carro em qualquer lugar impróprio para o estacionamento, ligam o “pisca-alerta” e acham que aquilo é um salvo-conduto pra cometer infrações de trânsito.
Ademais, não sou a favor da auto-tutela, mas como vivemos no Estado de Direito de Faz de Conta, as pessoas começaram a perceber que não adianta muito reclamar pras autoridades e oportunamente resolveram tratar desses problemas da forma mais espartana possível: na base da boa e velha porrada.
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Na infância, tempos atrás, era comum, as brincadeiras de esconde-esconde, pegador, polícia e ladrão, gato mia e o mais interessante desses, cai no poço (por que será, hein, hein? Hehehehe!). Nessas brincadeiras infantis, existia uma prática muito ludovicense (ou brasileira, como queiram) em que consistia na técnica de “escapar” do objetivo do jogo quando as crianças estavam perto de alcançá-las, o famoso “jure-jure”. Era mais ou menos assim, na brincadeira, por exemplo, de pegador, quando a criança estava próxima de pegar a outra por qualquer motivo que seja – habilidade, destreza, rapidez ou esperteza – um deles por um motivo gritava “jure-jure” para escapar do ofício de correr atrás dos demais.
Na época, particularmente, era uma prática safada em que os metidos a esperto sempre utilizavam e que muitas crianças na época aderiram. Acredito que, por isso, logo deixei de brincar, pois sempre rolava esse instrumento nefasto que “aziava” a brincadeira. Claro que tinha algumas situações que valia a pena utilizar quando uma das crianças se feria ou tinha que sair por um motivo relevante, mas deturparam o instituto e tudo virou um puta puteiro do caralho! Só achava estranho quando um dos agentes do caos (Vênus) pedia “jure-jure” no cai no poço quando uma menina pedia “salada mista” (beijo na boca), mas isso eu deixo pra ele se explicar depois...
Estaria aí, então, a origem desse ato bisonho da utilização do pisca-alerta para fins ilícitos?
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Para colaborar com esta tese, proponho a mudança do nome “pisca-alerta” para o “pisca-foda-se” que se coaduna muito mais com a terminologia outrora propagada e, como as pessoas aceitam qualquer selvageria na utilização deste instrumento de impunidade, é possível imaginar uma pequena pequena fábula de ninar como esta a seguir.
Um dia, o rapaz sai de casa no seu carro, passa no estabelecimento comercial de diversão, celebrar um contrato de entretenimento pessoal com três garotas. Em seguida, para seu carro, na Avenida Jerônimo de Albuquerque, em frente ao Hospital São Domingos, liga o “pisca-foda-se”, começa a executar o contrato anterior com as três garotas e realiza um show público com suas habilidades milenares e sugestivas de Kama Sutra. Extasiado com tal desempenho, abre porta mala do carro, puxa uma bazuca carregada com um míssil bem destrutivo e lança em direção ao hospital destruindo este e ceifando algumas centenas de vidas. Os policiais enrubescidos de cólera por este ato bárbaro, vão em direção ao rapaz para prendê-lo, mas, quando aqueles chegam perto, este esbraveja “Êpa! Estou com o ‘pisca-foda-se’ ligado!” os demais policiais observam o equívoco, pedem perdão e perguntam se o rapaz não quer um cafezinho ou um favor semelhante. O rapaz, então, cansado, sugere apenas que os policiais levem as garotas com eles que, prontamente, atendem ao pedido.
Créditos para Hebert Junior que no momento de grande sapiência cunhou este termo “pisca-foda-se”.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Coroa Barbudo divaga sobre Direito de Família

“... e diante da inovação trazida pela Carta da República Federativa do Brasil, o art. 226 emana o princípio da igualdade entre os filhos. Isto significa que todas aquelas terminologias outrora utilizadas como filho adulterino, indigno ou bastardo, estão abolidas do ordenamento jurídico pátrio.“

“Interessante a aula, não?”

“Putz, sacanagem isso.”

“Não entendi o porquê dessa reclamação.”

“Agora não vou poder chamar meus amigos de filho da puta...”

“Liberdade de expressão, liberdade de expressão...”

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Coroa Barbudo apresenta: Ikki de Fênix, segundo a ordem contemporânea aristotélica “titista”.



“Pobres diabos! Não faço distinção entre crianças, mulheres e velhos quanto ao tratamento de iguais como dejetos humanos. QUEBRO TODO MUNDO, de acordo com a APANHABILIDADE de cada um”.

Um ato reacionário? Não, apenas um ato combativo pra exorcizar este demônio que possuiu os direitos das minorias conhecida como Vitimização da Sociedade...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O Sapo Barbudo e a Bailarina dos Ventos

O Sapo Barbudo, após incessantes pulos no vazio, nota uma ventaria sobrenatural que percorreu o seu minúsculo corpo anfíbio enchendo-lhe de alegria que outrora tinha partido. Os pulos incautos no nada se transformaram em saltos atrás desse súbito vento afetuoso.

Ao fim da perseguição, encontrou um ser radiante, uma luz que flertava, com passos simples e graciosos, o Vento que o Sapo a pouco seguira. O Sapo, encantado pelo movimento angelical que observava, ousou perguntar “Quem é você? Parece uma princesa...”. Ouviu a resposta “Eu sou a Bailarina dos Ventos, mas não sou uma princesa!” que riu e, logo em seguida, aproximou-se do Sapo Barbudo.

O Sapo, espantado, tentou se afastar, entretanto a Bailarina dos Ventos envolveu-lhe entre as mãos e disse para fechar os olhos. O Sapo Barbudo consentiu e, subitamente, recebeu um beijo enrubesceu todo o corpo. Em seguida, este anfíbio perguntou “Por que eu não virei homem?” sorrindo como uma criança faceira. A Bailarina disse “Ora, porque eu não sou uma princesa, apenas uma bailarina!”.

Assim, depois de entreolharem e buscarem no fundo da alma, a compreensão daquilo que estavam sentindo, envergonharam-se e, contentes, seguiram a caminhada juntos, o Sapo Barbudo enfeitando os pulos com piruetas e passos cômicos e a Bailarina dos Ventos, ensaiando saltos mais profundos e densos desenhando passos, laços formosos, nesta expressão corporal, o momento único que se destina, com o Vento, sempre presente, para espantar a calmaria e reanimar esta dança incomum, porém muito feliz.

terça-feira, 26 de julho de 2011

RETRATO DO COTIDIANO (A tela e o cigarro)

O pintor prepara o cavalete e ajusta a tela na altura ideal. No momento seguinte, ao olhar para o espaço em branco ele percebe que nunca pintou antes e não tem a menor idéia do que fazer com os instrumentos. De repente, a tela sai do cavalete e começa a pintar o pintor. Do outro lado da rua, um fumante acende seu cigarro na parada de ônibus. Logo depois, furtivamente o isqueiro acende a cabeça do fumante e seu cigarro ameaça fumá-lo, mas desiste porque precisa ir ao centro e a condução acaba de chegar.

No meio do caminho, o cigarro, depois de uma profunda reflexão, descobre que não é mais um cigarro e sim, uma bituca. Ele pede parada imediatamente, xinga o vento e Freud de todas as formas e procura uma lata de lixo pra se jogar. Enquanto isso, do outro lado da cidade, a tela expõe o pintor pintado e termina vendendo sua obra por R$1.000.000,00.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Monalisa x Hienas do rei leão


SÉRIE DIÁLOGOS DE MESA DE BAR:

Praia. Cerveja. Duas mulheres ridiculamente lindas conversando sobre arte. O cenário seria lindo, se não fosse pelo conteúdo do diálogo a seguir...

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- E se fôssemos?

- E se fôssemos o quê?

- Ah, sei lá... algo sem complicação, sem gordos e magros, brancos e negros, pobres e ricos. Se fôssemos todos criados pelo cara que inventou a skol...

- Aih seríamos todos bêbados.

- Seríamos mais felizes???

- Não sei...seríamos mais engraçados.

- Engraçados como?... Como hienas?

- Hienas não são engraçadas e são carnívoras.

- São sim, você assistiu O Rei Leão e riu junto comigo.

- Ainda sim, elas são carnívoras.

- Eu também sou carnívora e sou engraçada.

- Você não é engraçada.

- E porque você sorri das coisas que falo e faço.

- Não importa, as hienas do Rei Leão não existem.

- Existem sim. Elas estavam no filme. Você viu!!!!

- Bem, eu vi. Mas aquilo é um desenho.

- Não É!!!!

- É!!!!

- Tudo bem, aquilo até pode ser um desenho. Mas a Monalisa é um desenho muito brega e ela existe.

- É diferente.

- Diferente como???

- A Monalisa foi feita pelo Da Vinci.

- E daí??? As hienas foram feitas por alguém.

- Mas não por um gênio como Da Vinci.

- As hienas do Rei Leão se movimentam, falam e pensam...Já a Monalisa só consegue ficar sorrindo... É LEZADA!!!!

- A Monalisa não é lezada. Ela simplesmente é feliz e gosta de sorrir.

- Mentira!!!! Como ela pode ser feliz vestindo a mesma roupa o tempo todo? Ela não sabe fazer outra coisa. ADMITA!!!!!!!! Admita que o cara que inventou as hienas do Rei Leão com certeza é mais gênio do que o Da Vinci que só conseguiu criar a demente, ingênua e tiazona Monalisa.

- Na época do Da Vinci as coisas eram muito mais difíceis.

- Hoje nós já descobrimos a África...

- Não é nesse sentido!

- Não importa. Ela é demente e pronto.

- Ahh....cala a boca e bebe!

terça-feira, 19 de julho de 2011

EU, ET E DEUS (OU COMO DEUS E OS ALIENÍGENAS TRAMARAM CONTRA NÓS)

Nesses últimos tempos eu tenho assistido bastante TV. Tenho visto séries como The Kennedys; algumas biografias; histórias de acidentes aéreos; pessoas que foram comidas vivas por animais selvagens; pessoas que foram comidas por outras pessoas (de todas as formas, até no sentido literal da expressão); mas o que tem me intrigado bastante ultimamente é uma série chamada “Alienígenas do Passado”. Esta série aborda as mais variadas lendas da antiguidade e buscam cruzá-las com características clássicas de extraterrestres (ou como eles preferem chamar: ufoarqueologia) e nos fazer mudar conceitos.


Uma das teorias que eles lançam é a de que o homem foi criado por alienígenas e que nossos criadores vieram e foram para o céu. Eu olhei incrédulo e pensei “grande coisa! Estudei 11 anos em um colégio religioso e eles tentaram me falar a mesma história. Só que eles não o chamavam de alien e sim, de deus!”. Até que eles disseram que o deus retratado da bíblia na verdade eram extraterrestres mega-avançados. Aí eu pensei: “peraí! Se quem nos criou foi deus e deus é um alien; se quem escreveu a bíblia foram homens inspirados por deus e deus é ET, logo a bíblia saiu da cabeça de um ser de outro planeta. E se alien é coisa do demônio....NÃOOOOOO... Os evangélicos vão morrer!!!!eu preciso ir na igreja e contar isso pra eles!”.


A partir daí eu comecei a prestar mais atenção na série. Pra fazer raiva pros religiosos, eu comecei a fazer até anotações. Sei todas as teorias. Todas! Mas em um determinado momento eu comecei a me perguntar: “mas porque os aliens nos criariam? Porque nós e não golfinhos falantes? Ou macacos tocadores de tambor? Ou robôs inteligentes que servem cafezinho?”. A resposta veio dois episódios depois e os ufoarqueólogos me disseram que os alienígenas não nos criaram porque não tinham o que fazer por uma semana e sim, porque eles precisavam de combustível (ouro - segundo eles usado como combustível para as naves) e de mão de obra inteligente o suficiente pra poder cavar pepitas sem enfiar a picareta no olho...as informações pulavam à frente dos meus olhos e vibravam nos meus tímpanos quando eu percebi “agora tudo faz sentido. Esses merdas estavam sem combustível, nos criaram para pura exploração e enquanto os tanques das naves não estavam cheios o suficiente eles viam os reality shows mais legais que a terra já presenciou. Se auto-intitulavam deuses e ficavam brincando com os pobres humanos mineradores. O que nós fazíamos? “Escrevíamos” clássicos (né Homero?). E Eles? Se mijavam de rir da Guerra de Tróia ou do pobre Ulisses ou mesmo da abertura do Mar Vermelho...Malditos aliens! “Ame-me que eu te prometo vida eterna””


Para não me alongar mais, confesso que depois de assistir vários episódios eu percebi que preciso voltar pra terapia porque não sei mais quem é quem, de onde eu vim e pra onde eu vou. O que eu sei é que graças a essa maldita espécie de Petrobras Interestelar que estava sem combustível nos postos mais próximos da Terra, nós fomos criados, usados, viramos criaturas atormentadas por nossa origem e hoje eu escrevo esse desabafo. É melhor acreditar nisso do que ficar procurando minha costela por aí. Abraço.